ATA DA QÜINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 03-8-2005.

 


Aos três dias do mês de agosto do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maurício Dziedricki, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador Alceu Brasinha, o Projeto de Lei do Legislativo nº 198/05 (Processo nº 4184/05); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providências nos 1804, 1805, 1806 e 1807/05 (Processos nos 4642, 4643, 4644 e 4645/05, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Informações nº 187/05 (Processo nº 4718/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providências nº 1829/05 (Processo nº 4689/05); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 033/05 (Processo nº 4477/05); pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Resolução nº 122/05 (Processo nº 4507/05); pela Vereadora Manuela d’Ávila, o Pedido de Providências nº 1840/05 (Processo nº 4728/05), os Pedidos de Informações nos 160, 161, 179, 180 e 181/05 (Processos nos 4311, 4312, 4596, 4599 e 4600/05, respectivamente), a Indicação nº 059/05 (Processo nº 4730/05) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 189/05 (Processo nº 4074/05); pela Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Providências nº 1760/05 (Processo nº 4490/05), o Pedido de Informações nº 169/05 (Processo nº 4465/05), a Indicação nº 056/05 (Processo nº 4488/05), os Projetos de Lei do Legislativo nos 193, 212 e 213/05 (Processos nos 4152, 4464 e 4466/05, respectivamente) e o Projeto de Resolução nº 117/05 (Processo nº 4130/05); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providências nos 1762, 1763, 1781, 1782, 1783, 1784, 1785, 1786, 1787, 1788, 1789, 1790, 1791, 1793, 1794, 1795, 1796, 1801, 1802, 1803, 1831, 1832, 1833, 1834, 1835, 1836, 1837 e 1841/05 (Processos nos 4521, 4522, 4582, 4597, 4598, 4601, 4602, 4603, 4604, 4605, 4606, 4607, 4595, 4611, 4512, 4613, 4614, 4639, 4640, 4641, 4705, 4706, 4707, 4708, 4709, 4715, 4719 e 4736/05, respectivamente), os Pedidos de Informações nos 168, 173, 177 e 178/05 (Processos nos 4460, 4516, 4593 e 4594/05, respectivamente); pela Vereadora Mônica Leal, os Projetos de Lei do Legislativo nos 214 e 215/05 (Processos nos 4558 e 4590/05, respectivamente); pelo Vereador Paulo Odone, o Projeto de Resolução nº 121/05 (Processo nº 4405/05); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Providências nº 1800/05 (Processo nº 4636/05). Ainda, foram apregoados: Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 196/02 (Processo nº 3153/02), e o Ofício nº 236/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/05 (Processo nº 4737/05). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 10382991 e 10437137/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; Comunicado nº 92872/05, do Senhor José Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. A seguir, o Vereador Haroldo de Souza formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, tendo se manifestado a respeito do assunto a Vereadora Sofia Cavedon e os Vereadores Haroldo de Souza e João Antonio Dib. Também, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às quatorze horas e quinze minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte e um minutos, constatada a existência de quórum. Na oportunidade, o Vereador Nereu D’Avila solicitou adendo, posteriormente retirado por Sua Excelência, ao Requerimento do Vereador Haroldo de Souza, anteriormente referido, de alteração da ordem dos trabalhos, tendo se manifestado a respeito do assunto a Vereadora Sofia Cavedon. Após, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Haroldo de Souza, de alteração da ordem dos trabalhos, por dezoito votos SIM e seis votos NÃO, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelo Vereador Haroldo de Souza, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Sebastião Melo e Não os Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Professor Garcia e Sofia Cavedon. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovados Requerimentos verbais de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando a alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia e a votação conjunta dos Projetos de Lei do Legislativo nos 380/03, 078, 104, 111 e 113/05. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 380/03, 078, 104, 111 e 113/05. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 380/03. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 033/04. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 238/04, por vinte e cinco votos SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 238/04, o Vereador Elói Guimarães afastou-se da Presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por vinte e três votos SIM e dois votos NÃO, em votação nominal solicitada pela autora, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Haroldo de Souza e João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 004/05, a Emenda nº 01 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 a ele apostas. Após, o Senhor Presidente declarou vencido o período da Ordem do Dia e foi apregoado o Ofício nº 474/05 (Processo nº 4738/05), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que se ausentará do Município no dia três de agosto, com retorno previsto para o dia quatro de agosto do corrente, quando viajará a São Paulo para receber prêmio pela eleição de Porto Alegre como “pólo de tecnologia de 2005” pela Revista INFO. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 028 e 026/05, este discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, os Projetos de Lei do Legislativo nos 183, 187, 184/05, este discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, e 185/05, este discutido pelo Vereador Adeli Sell; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05; os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 024 e 025/05, este discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, João Carlos Nedel e Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 174/05; em 4ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 110 e 111/05. Ainda, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se durante o período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo discorreu sobre artigo da Vereadora Margarete Moraes, publicado no jornal Zero Hora de ontem, intitulado “O PT e a crise”, em que é expresso o desencanto vivenciado por integrantes do Partido dos Trabalhadores, em face de denúncias de corrupção envolvendo parlamentares desse Partido. Ainda, reportou-se ao depoimento efetuado ontem pelo Deputado Federal José Dirceu ao Conselho de Ética da Câmara de Deputados. O Vereador Ervino Besson, manifestando-se em nome dos Vereadores da Bancada do Partido Democrático Trabalhista, elogiou o Projeto “Alvará na Hora”, da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, que objetiva agilizar a concessão de alvarás de funcionamento a estabelecimentos comerciais da Cidade. Quanto ao assunto, declarou que a desburocratização nesse setor é um importante instrumento de geração de emprego e renda e de viabilização de maior desenvolvimento social. O Vereador Raul Carrion abordou o Projeto de Reforma Política em tramitação na Câmara dos Deputados, afirmando que seu Partido apóia reformas nessa área, por crer que a estrutura política vigente incentiva a corrupção e a interferência do poder econômico nas eleições realizadas no País. Nesse sentido, analisou os reflexos, para os pequenos Partidos, da existência de cláusulas, na legislação eleitoral, que exigem cinco por cento de votos para representação partidária no Congresso Nacional. O Vereador Maurício Dziedricki reportou-se ao discurso efetuado pelo Vereador Raul Carrion, em Comunicação de Líder, acerca do Projeto de Reforma Política em tramitação no Congresso Nacional, afirmando que seu Partido defende a manutenção, na legislação eleitoral, de cláusula de barreira para representação partidária. Também, debateu o Projeto de Lei do Legislativo nº 201/04, do Vereador Claudio Sebenelo, que institui o serviço de moto-frete no Município de Porto Alegre. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Carlos Todeschini, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, na 35ª Assembléia Nacional da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE, realizada do dia vinte e três ao dia vinte e nove de julho do corrente, em Belo Horizonte – MG. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, O Vereador Professor Garcia afirmou que toda a frota de veículos destinados ao transporte escolar no Município de Porto Alegre está trafegando de maneira irregular, solicitando ao Presidente da Empresa Pública de Transportes e Circulação – EPTC – a revisão do Alvará de Trafego para esses veículos. Sobre o assunto, mencionou que a própria EPTC forneceu alvarás com datas de validade divergentes para a mesma empresa de transporte escolar. O Vereador João Carlos Nedel registrou sua visita ao Santuário de Santa Rita de Cássia, no Bairro Guarujá, hoje pela manhã, juntamente com o Prefeito Municipal, representantes do Departamento de Esgotos Pluviais, o Vereador Sebastião Melo e a Vereadora Clênia Maranhão, a fim de averiguar a conclusão da cobertura de parte do arroio Guarujá, solicitada pela comunidade. Ainda, relatou o comparecimento de outras comunidades da Zona Sul nesse evento, que fizeram reivindicações para seus Bairros. O Vereador Sebastião Melo referiu-se ao depoimento do Deputado José Dirceu, realizado ontem na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, examinando a crise política pela qual passa o País e externando a opinião de que é praticamente impossível que o Presidente da República não soubesse das principais irregularidades acontecidas no Executivo Federal. Ainda, propugnou pela punição de corruptos e corruptores envolvidos em casos de malversação de recursos públicos. O Vereador Carlos Todeschini externou sua preocupação acerca das fontes de financiamento para a continuação das obras do Programa Pró-Guaíba, alegando que não há notícias sobre como seriam aportados recursos para esse fim. Nesse contexto, criticou a perspectiva de parcerias com a iniciativa privada para a conclusão do Programa Pró-Guaíba, considerando que essa opção pode-se mostrar danosa para a sociedade, em vista da possibilidade de aumento nas tarifas de água e saneamento. A Vereadora Clênia Maranhão contraditou o pronunciamento do Vereador Carlos Todeschini, em Comunicação de Líder, afirmando que o Projeto de Parcerias Público Privadas já está tramitando na Casa e será benéfico para a sociedade. Também, reportou-se à atual situação política do País, comentando casos de corrupção no Governo Federal e destacando a importância da apuração de todas as denúncias apresentadas, em prol da manutenção das instituições democráticas brasileiras. Às dezesseis horas e vinte e um minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Carlos Nedel, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro, em nome da nossa Bancada, a inversão da ordem dos trabalhos de hoje, passando a Ordem do Dia para antes da Discussão Preliminar de Pauta, em função de inúmeros projetos que nós temos na Ordem do Dia e para que a nossa Casa não fique paralisada como acontece em Brasília.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador Elói Guimarães, não temos acordo com esse encaminhamento, porque hoje é um dia de menos tempo de falas, então, é importante garantir os períodos de Liderança e a Pauta; teremos uma tarde bastante longa para tratarmos da Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito. Há um Requerimento, submeterei à votação.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu só queria deixar destacado que a inversão seria a Ordem do Dia antes da Discussão Preliminar de Pauta, mas a Liderança também poderia ser feita agora, não teria nenhum problema. Essa é a sugestão que eu dou, Vereador, em função dos Projetos importantes que nós temos.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Se houver o entendimento de todos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu não tenho contrariedade que entremos imediatamente na Ordem do Dia, pois eu desejava protestar na Pauta, porque o Projeto de Parceria Público-Privada não está na Pauta, e é um Projeto da mais alta relevância e interesse da Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu já vou verificar, Ver. João Antonio Dib, por que este Projeto não está na Pauta.

Bem, se não houver entendimento, submeto à votação o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

O Ver. Sebastião Melo pede a suspensão dos trabalhos, por dois minutos, para deliberação do assunto.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h15min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h21min): Estão reabertos os trabalhos. Apenas para relatar, há o Requerimento do Ver. Haroldo de Souza, solicitando a inversão dos trabalhos, para que a Ordem do Dia seja antes da Pauta preliminar, mas as Comunicações de Líder poderão ser feitas concomitantemente à Pauta, é óbvio.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, eu só queria fazer um aditamento ao Requerimento do nobre Ver. Haroldo de Souza, até porque estamos aguardando o Ver. Raul Carrion, que é o Relator da matéria pertinente ao Projeto do Plano Diretor, da criação de uma comissão do Plano Diretor, que está na seguinte situação: o Relator, Ver. Raul Carrion, antes do recesso, tinha o prazo de cinco dias, que agora venceu, e na segunda-feira procurou-me dizendo que tinha aprontado o seu relatório, e até falei a V. Exª, com a anuência do Ver. Carrion, para hoje, se pudermos, fazermos a reunião conjunta das Comissões relativas àquele Projeto e votarmos o Parecer do Vereador. Então eu requeiro o aditamento ao Requerimento do Ver. Haroldo, no sentido de que antes de entrarmos na Ordem do Dia fosse realizada a reunião conjunta das Comissões para apreciar e votar o relatório do nobre Relator Raul Carrion, que é pertinente ao Projeto do Plano Diretor e que, no meu entendimento, salvo melhor juízo, respeitando as demais opiniões, está atrasado, porque perdemos todo o primeiro semestre e não votamos sequer o relatório. Como agora está apto, e o Relator deve estar no Plenário em minutos, estou fazendo esse aditamento ao Requerimento do nobre Ver. Haroldo de Souza, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Antes de ouvir a Verª Sofia Cavedon, como se trata de um aditamento, eu gostaria de consultar o Ver. Haroldo de Souza, para saber se V. Exª concorda que antes do seu Requerimento colocássemos outro Requerimento, que será votado em aditamento, para que se dê, primeiro, uma reunião conjunta das Comissões sobre o Plano Diretor, e, num segundo momento, entraríamos, conforme Requerimento de V. Exª, na Ordem do Dia, antes da Pauta. Ouço a Verª Sofia Cavedon.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, o que eu gostaria de ponderar, em nome da Frente Popular, é que o Ver. Carrion não se encontra no Plenário, o Relatório que deve ser examinado em comissões conjuntas não foi distribuído, então não achamos que neste momento, no início da Sessão, seja possível votar tal Requerimento. A nossa posição é a manutenção da Ordem do Dia, como está previsto no espelho, a fim de que esse tipo de conversação possa acontecer no Plenário e talvez a gente tenha conhecimento do Relatório e possa vir a concordar com a reunião conjunta das Comissões. Portanto, a sugestão é que mantenhamos Pauta e Comunicação de Líder.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de inversão da ordem dos trabalhos, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, sem o aditamento, ora retirado pelo Ver. Nereu D'Avila. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, com todo respeito ao Vereador proponente do Requerimento de inversão da ordem dos trabalhos, queria ponderar que não se faz necessário num dia como quarta-feira, sem a existência de algum projeto de urgência, de acordo com o conjunto das Bancadas ou de interesse da maioria das Bancadas de votação hoje na Ordem do Dia. Nós sabemos, já tivemos uma discussão longa na segunda-feira, que a maioria dos Projetos em Pauta ainda está maturando, em negociações com o Governo ou em discussão entre as Bancadas. Não estamos entendendo, portanto, Ver. Haroldo, por que entraríamos na Ordem do Dia, prejudicando um momento importante que é o da discussão de Pauta.

Se os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras observarem com atenção, nós temos projetos muito relevantes entrando em tramitação na Casa. São projetos polêmicos, há um projeto, inclusive, que foi vetado pelo Executivo, como é o caso do Projeto, de autoria do Ver. Luiz Braz, que extinguiu o Direito Real de Uso, portanto, é um Veto que vem para esse debate. Nós também temos um projeto do Ver. Comassetto, entrando em tramitação na Casa, o qual deveríamos começar a discutir, porque acumula, com o conjunto dos Vereadores, o tema sobre o Direito Real de Uso e a sua necessária atualização a partir da vigência do Estatuto da Cidade. O Ver. Comassetto traz uma série de atualizações, uma nova visão do Direito Real de Uso, e acho que nós deveríamos ocupar esse tempo de Pauta, sim, para esse debate, citando apenas um dos projetos em tramitação. Há outros dois projetos que dizem respeito ao Plano Diretor, às Áreas de Interesse Cultural, projetos como o da Verª Margarete Moraes, em relação a tapumes.

Então, não é à toa que esta Casa tem no seu Regimento o período de Pauta. Far-se-ia possível, desejável, trocarmos este momento, o deixarmos para o final, se tivéssemos alguma urgência, e não o estamos entendendo assim. Faço o apelo ao Ver. Haroldo de Souza para que mantenhamos o andamento dos debates da tarde, permitindo, inclusive, que as Lideranças possam estar trazendo os debates tão urgentes desta Cidade. Nós sabemos da mudança de dois Secretários em sete meses de Governo, e há ainda notícias que não estão concretizadas, mas que estão colocadas na Cidade, de mudanças importantes na Saúde, talvez no DEP, e acho que a Cidade precisa da discussão e do aprofundamento nesta Casa. Não é algo pequeno a mudança de Secretário. Por mais que nós estejamos vivendo, neste País, um momento muito grave em nível nacional, os nossos temas citadinos devem ter atenção dos Vereadores. Então, a fala das Lideranças é necessária e esperamos que venha a trazer elucidações sobre as mudanças no DMLU, sobre as mudanças que estão acontecendo na FASC, nesse importante órgão que, nada mais, nada menos, tem o seu Diretor trocado. E algumas sinalizações que estamos tendo de mudanças em outros órgãos.

O que o Governo Fogaça indica com isso, o que isso significa para a Cidade, o porquê das mudanças, e de que forma a Câmara vai acompanhar as mudanças de programa em plena discussão do Plano Plurianual são temas que nós temos que enfrentar aqui. Por isso, defendo, em nome da minha Bancada, e da Frente Popular, com certeza, a manutenção da ordem dos trabalhos prevista para esta Sessão. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu vou ser rápido, apenas para justificar a minha solicitação de inversão da ordem dos trabalhos. Antes desse recesso que nós tivemos, os trabalhos aqui na Casa andaram mais rápidos; mas sei que é importante a discussão de Pauta. Mas nós temos na programação, por exemplo, o Projeto de autoria do Dr. Goulart, que implanta o serviço de ecografia obstétrica no Sistema Único de Saúde. É um Projeto importante que precisa ser votado, está aqui para ser votado. O outro é o do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera dispositivos da Lei Complementar e alterações posteriores, o ITBI; temos o Projeto do Ervino Besson, que dispõe sobre implementação de terapias naturais no Município de Porto Alegre. Outro Projeto importante que está circulando, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que institui serviço de entrega e coleta de pequenas cargas, os motoqueiros da Cidade, os homens que dirigem moto em Porto Alegre, é um projeto importantíssimo que está aqui na Ordem do Dia, para discussão geral e votação, e nós não votamos; nós vamos para a Pauta.

Então, o meu pedido, a minha justificativa, a sustentação, é de que os Srs. Vereadores mantenham esse pedido do meu Requerimento para que nós puxemos a Ordem do Dia. E não importa qual dos projetos importantes que eu aqui citei entre como o primeiro da discussão e aprovação de hoje. Porque há quatro anos que eu estou nesta Casa, e já me acostumei com uma coisa: quando chegam os meses de novembro e dezembro nós vamos até 1h, 2h da manhã para votar nomes de ruas. Vai aumentando o nosso trabalho e nós não resolvemos coisa nenhuma. Então, o meu pedido é para que os trabalhos sejam, realmente, mais rápidos. E temos projetos importantes, sim, na Ordem do Dia para votação. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM e 06 votos NÃO.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, sugiro a V. Exª a seguinte ordem para votação: em primeiro lugar, o PLL nº 380/03. Logo após, o PLE nº 033/04, PLL nº 238/04, PLL nº 078/05, PLL nº 104/05, PLL nº 111/05 e, por último, o PLL nº 113/05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão referente à ordem de votação dos Projetos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, se houver possibilidade, eu gostaria que fosse votado em bloco o conjunto de projetos referentes a nomes de ruas.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão, solicitando votação em bloco dos Projetos referentes a nomes de ruas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5201/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 380/03, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Felicio Salvador Celia um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Cascata. Com Emenda n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e à Emenda n. 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.

 

Observações:

- retirado o Substitutivo n. 01;

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1597/05 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO N. 078/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Elton Volker um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2164/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 104/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ana Abruzzi um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2449/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 111/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que denomina Rua Wilson Tupinambá da Costa um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Belém Velho.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2477/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 113/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Antônio Delapieve um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-05.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão os Projetos que serão votados em bloco, que são os seguintes: PLL nº 380/03; PLL nº 078/05; PLL nº 104/05; PLL nº 111/05 e PLL nº 113/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.

Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 380/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3832/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 033/04, que revoga a Lei n. 5.582, de 18 de junho de 1985, que declarou de utilidade pública o Grêmio Esportivo Bagé.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 033/04 (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Solicito que o Sr. 1.º Vice-Presidente assuma a direção dos trabalhos, pois o Projeto seguinte, o PLL nº 238/04, é de autoria deste Vereador.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5838/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 238/04, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Pedro Dauro de Lucena.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 03-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PLL nº 238/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM, pela totalidade dos presentes.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de incluir na ordem de votação o PLL nº 004/05, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação nominal, por solicitação da autora, o Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM e 02 votos NÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0104/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 004/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que institui a “Semana Municipal de Combate e Prevenção ao Câncer de Próstata”, a ser realizada a partir do dia 27 de novembro (Dia Nacional de Combate ao Câncer). Com Emenda n. 01 e Subemenda n. 01 à Emenda n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto, à Emenda n. 01 e à Subemenda n. 01 à Emenda n. 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto, da Emenda n. 01 e Subemenda n. 01 à Emenda n. 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 03-08-05.

 

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PLL nº 004/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.

Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 004/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 004/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, por unanimidade.

 

(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não havendo mais matérias a serem deliberadas, está encerrada a Ordem do Dia.

Informamos que o Sr. Prefeito, através do Ofício nº 4738/05, comunica à Casa que estará ausente da Cidade de Porto Alegre no dia 03 do corrente, com retorno no dia 04, ocasião em que receberá, na condição de Prefeito de Porto Alegre, prêmio pela Cidade por ter sido eleita como o pólo de tecnologia de 2005, pela Revista Info; a Cidade está recebendo um prêmio. A aludida viagem será com ônus para o Município. O Ofício está assinado pelo Prefeito José Fogaça.

Passamos à

 

PAUTA

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 3684/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 026/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que altera a redação do caput do art. 14 da Lei Complementar n. 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores – PDDUA –, mediante acréscimo ao conjunto de bens imóveis de valor significativo que integram o Patrimônio Cultural as áreas remanescentes de quilombos.

 

PROC. N. 3740/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 183/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que autoriza ao Executivo Municipal a instalação de semáforos com temporizador de contagem regressiva, no Município de Porto Alegre, mediante licitação.

 

PROC. N. 3811/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 184/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que altera o inciso V do art. 4º da Lei n. 9.725, de 1º de fevereiro de 2005, que dispõe sobre o funcionamento das casas de jogos por computador, alterando para as 22h o horário permitido aos menores de 18 anos.

 

PROC. N. 3817/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 185/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que institui o Dia da Inclusão Digital no Município de Porto Alegre, a ser comemorado, anualmente, no último sábado do mês de março.

 

PROC. N. 3856/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 187/05, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Manfred Flöricke.

 

PROC. N. 4031/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 028/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que dispõe sobre a adoção de ambulatórios odontológicos nos postos de saúde próximos a creches e escolas do Município.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 2166/05 – SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera a redação do parágrafo único do art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que veda a prática de nepotismo em todos os níveis da Administração Pública Municipal, ao PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N. 007/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni.

 

PROC. N. 3527/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 024/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que acrescenta §§ 1º e 2º ao art. 19 da Lei Complementar n. 284, de 27 de outubro de 1992, e alterações posteriores – Código de Edificações de Porto Alegre –, obrigando a utilização do tapume para apresentação do projeto arquitetônico da obra ou suporte para expressão artística.

 

PROC. N. 3478/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 174/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Maria Ruth Issler um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. N. 3673/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 025/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que revoga o inciso V do art. 21 da Lei Complementar n. 07, de 07 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município. (exclui benefício fiscal/arrendamento mercantil)

 

4ª SESSÃO

 

PROC. N. 3677/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 110/05, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro, que modifica a redação da alínea “f” do § 3º do art. 94 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), admitido somente um requerimento de adiamento de discussão ou votação por proposição em cada sessão.

 

PROC. N. 3695/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 111/05, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que revoga o § 1º do art. 218 e o art. 227-C da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992 e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). (subsídios/Vereador em cargo no Poder Executivo)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, há seis novos Projetos em Pauta no dia de hoje, e eu já havia dito que não falaria em Pauta, como sinal de protesto, porque um Projeto de alta relevância para a Cidade, que é a Parceria Público-Privada não está na Pauta. Portanto, considero esta a minha reclamação; eu já ouvi as desculpas da Diretoria Legislativa, mas não justificaram. Saúde e PAZ!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Informo ao Ver. João Antonio Dib que o referido Projeto está cumprindo as suas formalidades de prazos.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados Vereadores e prezadas Vereadoras, nesta discussão preliminar de Pauta, apresentamos o PLCL nº 026/05, de nossa autoria, que trata do Plano Diretor, referente à conceituação do tema do patrimônio cultural. Tivemos uma discussão a respeito da Família Silva, em Porto Alegre, que é simbolicamente uma representação da origem dos quilombos, que representa um fato histórico da sociedade brasileira. É a comunidade negra, que foi trazida forçadamente para este continente, que foi trazida forçadamente para este País, para este Estado e para este Município. Existe a polêmica em relação a uma ação de despejo da Família Silva, que reside no Bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, há mais de 60 anos, e que representa uma simbologia da cultura negra em nossa Cidade.

De que maneira esta Casa e a legislação municipal podem garantir que aquela família e que as outras famílias remanescentes de quilombos possam ter direito adquirido na legislação municipal no que diz respeito à posse do território? O nosso Plano Diretor não contempla isso; no caput do art. 14, quando fala dos bens culturais da Cidade, ele fala de paisagem, fala das culturas tangíveis e das culturas intangíveis, mas não se refere em nenhum momento à cultura dos quilombos ou quilombolas.

Nós estamos propondo a esta Casa fazer uma inclusão no Plano Diretor, no que diz respeito ao art. 14 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999: que se acrescente ao conjunto de bens imóveis de valor significativo, que integrem o Patrimônio Cultural, as áreas remanescentes de quilombos, ou seja, que aquelas comunidades que, através de um processo histórico, possam comprovar a situação junto à Fundação Palmares - designada pelo Ministério da Cultura da nossa Nação -, sejam reconhecidas, então, como patrimônio cultural da nossa Cidade de Porto Alegre.

Na nossa Legislação Municipal e no nosso Plano Diretor, essa possibilidade, legalmente, não existe até hoje. Portanto, a Emenda que apresentamos, que está em Pauta hoje numa primeira discussão, caros Vereadores e Vereadoras, é justamente para incluir tecnicamente no nosso Plano Diretor as áreas remanescentes de quilombos, ou os quilombolas, para que possamos tratar deste caso e de todos os outros que porventura sejam identificados. Nós sabemos, Ver. Todeschini, que já existe a comunidade dos Alpes e muitas outras que certamente precisarão usar desta qualidade legal do Município de Porto Alegre para poderem assim adquirir e gravar no Plano Diretor as suas áreas como áreas de direito adquirido.

Para concluir, Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, essa nossa proposta de projeto de lei é fazer uma emenda ao Plano Diretor, no capítulo do Patrimônio Cultural, reconhecendo que as áreas remanescentes de quilombos sejam inseridas, e que, a partir desse momento, toda e qualquer pretensão neste sentido tenha o amparo legal. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, meus colegas Vereadores, minhas colegas Vereadoras, encontra-se em Pauta um Projeto - entre tantos - de nossa autoria, Ver. Adeli Sell, que busca modificar as alíquotas das transações de leasing, que hoje, pela nossa Lei Tributária, é de 2%, e nós queremos aumentá-la para 5%. E por que nós estamos fazendo isso? Quero aqui justificar: o Brasil tem uma lógica completamente perversa, patrocinada pelos entes federados. Isso vale para a União, vale para os Estados e vale para os Municípios. Os setores produtivos, Ver. Maurício, são os grandes penalizados na carga tributária brasileira. E os setores especulativos, que são aqueles que “batem a carteira” de todos nós, todos os dias, com esses juros escorchantes, estratosféricos - porque aqui neste País, indiscutivelmente, os juros são os maiores do mundo - esses setores pagam menos tributos.

Não é correto, Sr. Presidente, que os recapeadores de pneus desta Cidade tenham de pagar 5% de ISS quando fazem a recapagem! As agências de publicidades, que é outro setor importante desta Cidade, ao produzirem, ao prestarem serviço, têm de recolher 5% para a Cidade. E a “banqueirada” fica lá, de mão abanando, dizendo que paga 2% e nem sequer os 2% paga, porque a Prefeitura não cobra! Lamentavelmente, não cobra. E parece que não quer cobrar. Então, nós queremos contribuir com o Secretário Cristiano, que, aliás, tem dado várias entrevistas, dizendo que quer reduzir impostos; eu vi a terceira entrevista dele no Jornal do Comércio esta semana. E ele sabe que não pode reduzir tributos de determinadas áreas, pois ele até vai ter de aumentar, porque, senão, a Lei de Responsabilidade Fiscal vai pegá-lo.

Então, aí é que eu considero que este Projeto cai acertadamente; primeiro, para fazer justiça tributária: neste País, tem de pagar quem pode, e banqueiro pode pagar e deve pagar! Não é V. Exª, Ver. Brasinha, um pequeno empresário que, com muita labuta, paga os seus tributos, os seus encargos sociais; o fisco, contra V. Exª, tem uma eficiência bárbara, extraordinária, mas a banqueirada não paga imposto, nem em Porto Alegre.

Nós estamos aqui, defendendo o aumento da alíquota de 2% para 5% nas transações de leasing, que hoje não recolhem. Eu tenho certeza de que o Secretário da Fazenda e que a Procuradoria não vão poder ficar de braços cruzados, senão o cidadão que deve IPTU vai começar a perguntar por que ele paga e os banqueiros não pagam.

Então, nós estamos contribuindo, porque, se o Secretário - penso como ele - quer reduzir... Por exemplo: os recapeadores de pneus. Tivemos três reuniões com o Secretário; fomos lá debater a redução, porque toda a Grande Porto Alegre cobra 2%, e aqui se cobra 5%. Portanto, eles vão atravessar a ponte de Canoas e vão se instalar em Canoas, em Gravataí ou em Guaíba! Portanto, tem de baixar!

As empresas de publicidade são outras que merecem uma revisão. Para eu baixar tributos de uns, eu tenho de aumentar de outros, para fazer a compensação, sob pena de o Município ter um desequilíbrio financeiro.

Ver. Nedel, eu sei que V. Exª tem uma posição contrária, o que me honra muito, porque, vindo de V. Exª, qualifica este debate. Eu tenho absoluta certeza de que esta Casa vai poder cotejar redução de algumas alíquotas do setor produtivo. Eu espero que o nosso Governo produza isso o mais rápido possível, para que a economia do Município possa melhorar. A melhor forma de inclusão social é a atração de investimentos, para que pessoas possam ser colocadas na linha de trabalho.

Não é aumentar imposto, Ver. Nedel; nós estamos aumentando a alíquota de quem pode pagar e de quem não tem pago, que são os chamados bancos, que têm lucros extraordinários neste País. Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero cumprimentar publicamente a Verª Margarete Moraes pelo artigo escrito ontem no jornal Zero Hora. Esse artigo - eu confesso a minha inveja pela forma bem escrita e com suas idéias muito bem concatenadas - reflete exatamente o sentimento, a depressão do Partido dos Trabalhadores. Eu tenho o mais profundo respeito e carinho pessoal pela Vereadora. Parece mentira que a única linha com a qual discordo nesse artigo brilhante é a primeira linha. A música de Chico Buarque diz que “a minha gente sofrida anda falando de lado, olhando para o chão”, e a minha divergência se torna maior quando vejo José Dirceu na televisão dizendo que nunca foi arrogante. Explodiu o Plenário numa gargalhada geral, e a câmera saiu do depoente para Roberto Jefferson, que não conseguiu conter o próprio riso. Muitas vezes ouvi de pessoas do Partido dos Trabalhadores que eles eram completamente diferentes dos outros seres humanos, porque tinham um modo petista de governar. Nós hoje vemos que não havia diferença de governo nenhum; até, se houvesse diferença de governo, seria diferença de governo para pior. O modo petista de governar também se caracterizou por problemas sérios e graves. Hoje, pela arrogância; o Ministro das Cidades, que teve um lamentável desempenho como Ministro das Cidades, na parte de competência ministerial, dizia que o problema eram as más companhias. Hoje se sabe quem são as más companhias. Todos os Partidos elegeram como má companhia o próprio Partido dos Trabalhadores. Nivelar por baixo, dizendo que os outros fazem isso também, é aceitável, desde que não se tivesse a arrogância de dizer que “nós - do PT - éramos diferentes dos outros, os outros eram corruptos, e nós, as vestais”.

A Vereadora confessa o seu desencanto, porque alguns dirigentes do Partido gostaram da mordomia, da arrogância e do autoritarismo, com o que concordamos plenamente - vimos cenas importantes de autoritarismo. Quando Regina Duarte, atriz brasileira de novelas, disse na televisão, para o País inteiro, que estava cheia de medo, agora entendemos qual era seu medo: o medo dessa arrogância. Por isso o (compositor) Chico Buarque dizia, no tempo da ditadura: “A minha gente hoje anda / Falando de lado e olhando pro chão”, pelo opróbrio, pela opressão. Desgraçadamente não é o que ocorre com a militância do Partido dos Trabalhadores que, indiferente a todos esses problemas, faz o seu único e exclusivo caminho: assina a sua demissão em massa de um Partido que foi o sonho de muitos brasileiros e que hoje apenas resta o rescaldo de sua imensa ruína.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, caros colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também pelo Canal 16, da TVCâmara, eu queria saudar a todos; em nome da Bancada do PDT, em meu nome, do Ver. Nereu D'Avila, da Verª Neuza Canabarro, do Ver. Mario Fraga, do Ver. Dr. Goulart e do Ver. Márcio Bins Ely, eu quero fazer um reconhecimento de público ao trabalho da SMIC. No último dia 27, nós estivemos na SMIC - onde o Secretário Idenir Cecchin e funcionários realizam um extraordinário trabalho -, com vários Vereadores desta Casa, inclusive o nosso ilustre colega que já foi Secretário da SMIC, Ver. Adeli Sell. Estava lá também o nosso ilustre Prefeito.

Eu tenho defendido, ao longo do meu mandato, a integração entre os órgãos públicos, que traria um trabalho mais ágil, mais rápido para a população de Porto Alegre. Portanto, está aqui - eu pediria à TVCâmara, por gentileza, que focalizasse (Mostra o cartaz.) - o cartaz ilustrando o trabalho da Secretaria: “Alvará na Hora”. É um trabalho extremamente importante para a Cidade. É claro que esse alvará é fornecido a pessoas de bem, pessoas que não têm problema nenhum com a Justiça e vão lá reivindicar os alvarás para o seu empreendimento.

Eu faço o registro desse trabalho que tem uma enorme importância para a Cidade - meu caro colega, Ver. Brasinha, está fazendo sinal positivo -, que ganha com isso. Porque nós sabemos que a burocracia hoje, não só da SMIC, mas também em outros órgãos, torna o trabalho mais lento, as pessoas perdem muito tempo, meu caro Presidente. Eu tenho dito várias vezes nesta tribuna e agora faço este registro aqui com muita alegria, em nome de uma grande parcela da população da cidade de Porto Alegre. Faço também um elogio ao Banrisul, o nosso banco, que abriu um posto dentro do prédio da SMIC, para que as pessoas tenham mais facilidade. Elas vão até lá, retiram o seu alvará, mesmo em um momento em que o banco não esteja funcionando, mas o posto está lá. Eu não tenho o horário aqui de abertura e fechamento, mas eu sei que é um horário mais ampliado, para que as pessoas que estão ali retirem o seu alvará, e dentro do mesmo prédio, meu caro Ver. Brasinha, as pessoas consigam pagar as taxas para os seus alvarás. “Alvará na Hora”. Eu acho que a Cidade ganha com isso, e nós, como Vereadores desta Casa, temos que elogiar uma atitude como essa, a integração dos órgãos públicos, essa agilidade com os alvarás.

Fica aqui o nosso reconhecimento à Secretaria e ao Prefeito Municipal. E tenho certeza, meus caros colegas Vereadores e Vereadoras, de que outros órgãos também seguirão essa linha. Os habite-se, licenciamento para construções, é preciso agilidade para a coisa; tem que ser ágil. O mundo mudou e o mundo quer agilidade, porque a burocracia emperra o desenvolvimento. O tempo que as pessoas perdem para licenciar o alvará, para o habite-se, para o licenciamento de uma construção, é muito, é tempo demais. Nós sabemos que há pessoas que esperam um ano, dois anos, três anos, para a liberação de um licenciamento de uma construção. Isso é demais, minha gente, é muito tempo! Portanto, aqui está o exemplo da Secretaria, a SMIC: “Alvará na Hora”. Nós estivemos lá e tivemos a oportunidade de ver o nosso querido Prefeito José Fogaça entregar o alvará nº 1000. O cidadão esteve lá, colocaram seu nome no computador, uma pessoa íntegra, limpa, e recebeu da mão do Prefeito o alvará, na hora.

Portanto, mais uma vez, em nome da Bancada do PDT, eu acho que em nome da Casa - porque eu duvido que um Vereador não fique satisfeito com um trabalho extraordinário que está acontecendo na SMIC -, fica aqui o nosso reconhecimento a esse trabalho. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em Pauta o Projeto da Verª Manuela d’Ávila, que atualiza a Lei que trata do funcionamento das casas de jogos, sintonizando-a com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Queria cumprimentá-la, porque o Projeto vem, efetivamente, sintonizar a Lei Municipal com o Estatuto da Criança e do Adolescente, visando a proteger cada vez mais a nossa juventude. Meus parabéns!

O outro Projeto que está em Pauta e foi discutido anteriormente pelo ilustre Ver. Sebastião Melo - é de sua autoria - e propõe a alteração da alíquota da taxa do ISSQN para as operações de leasing em Porto Alegre.

O Ver. Sebastião Melo ainda não estava nesta Casa - assim a Cidade perdeu uma grande oportunidade de ter a seu serviço um grande Vereador - quando o Ver. Adeli Sell e eu fizemos um trabalho hercúleo para reduzir a alíquota de 5% para 2%, em virtude de que todas as empresas de leasing, em função da elevada taxa, se localizavam em outras cidades que não a nossa Capital. Foi um trabalho muito grande, porque visava a aumentar a arrecadação, trazer essas empresas para cá, aumentar o fornecimento de emprego e renda para a nossa Capital.

Agora, eu não consegui entender - o Ver. Sebastião Melo é um Vereador que propõe o desenvolvimento da nossa Cidade e que tem o máximo interesse em que as empresas de leasing se localizem aqui em Porto Alegre e tragam impostos e renda para a nossa Capital - porque o Vereador caminha justamente numa direção contrária a do seu projeto pessoal, de desenvolvimento. O Ver. Sebastião Melo, como grande advogado que é, sabe que ainda há algumas dúvidas legais sobre a situação do leasing. Recentemente houve uma decisão de que o ISSQN sobre o leasing é devido na Cidade em que a operação é realizada. E aí a empresa de leasing, ou o banco, apelou para o Supremo, e ainda tem oportunidade de recurso. Então, ainda não está definido realmente onde se deve pagar o imposto sobre o leasing, se na sede da empresa ou no local onde é prestado o serviço.

Com a redução autorizada por esta Casa, algumas empresas retornaram para Porto Alegre, como foi o caso do Banrisul Arrendamento Mercantil, que hoje foi incorporado pelo Bando do Estado; como foi o caso da então chamada Meridional Arrendamento Mercantil, que estava em outra cidade e retornou a Porto Alegre. Em contato com o Bando do Estado do Rio Grande do Sul, o Banco está pagando exatamente como eu entendo também que deve ser, está pagando em Porto Alegre o tributo para as operações realizadas em Porto Alegre, e pagando em São Luiz Gonzaga, por exemplo, as operações realizadas naquela cidade - isso me foi confirmado.

Então, não é verdade que as empresas de leasing não estão arrecadando. Há uma arrecadação, sim! Mas, também, há outras empresas que estão pagando na sede da empresa. Então, é um problema legal, e amanhã virá a esta Casa o Secretário da Fazenda e nós teremos a oportunidade de discutir também esse assunto. Por isso, eu não sou favorável ao aumento de imposto. A sociedade não agüenta mais elevação de impostos. Nós temos de reduzi-los para assim aumentar a arrecadação.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, cidadãos e cidadãs; Verª Manuela d'Ávila, eu quero apoiar integralmente seu Projeto que institui o Dia da Inclusão Digital na cidade de Porto Alegre. Não é apenas uma boa lembrança, mas é um Projeto que incide sobre a necessidade de continuidade de uma política que nós adotamos há alguns anos aqui nesta Cidade. Nós já somos uma referência internacional com os nossos telecentros; continuaremos sendo com os nossos centros de tecnologia.

Meus caros colegas Vereadores, meu caro colega Ver. Sebastião Melo, nós precisamos, sim, discutir o impostos sobre serviços. Nós já diminuímos alíquotas aqui e já aumentamos; nós já equacionamos alíquotas. É bom lembrar que, em 1999, instalavam-se, no último período, em Porto Alegre, um conjunto de equipamentos hoteleiros e meios de hospedagem que burlavam a legislação pagando apenas sobre a taxa de administração. Nós resolvemos isso, e hoje nós estamos fazendo uma arrecadação fantástica de ISS a partir duma mudança de legislação que nós introduzimos. Imaginem as senhoras e os senhores, se hoje nós temos essa montoeira de cooperativas picaretas que logram não apenas os cooperados, mas que acabam não pagando ISS, é porque eles conseguem uma negativa, ou seja, iniciam o processo, “vão para o brejo” e depois acabam não pagando ISS. Nós fizemos com que as empresas honestas e decentes se registrassem em Porto Alegre, voltassem para Porto Alegre e operassem aqui a partir duma mudança de legislação, diminuindo alíquota do ISS. Nós queremos que os bancos paguem, que os operadores de leasing paguem, agora, vamos convir com o seguinte, Ver. Sebastião: hoje os bancos que operam com leasing operam dentro das empresas que vendem produtos, como, por exemplo, as revendedoras de automóveis. Por exemplo, o Banco Safra tem sede em Porto Alegre, mas um que há lá em Pindamonhangaba, que há lá em Barueri, São Paulo, em Taboão da Serra, em Itu, como nós vamos conseguir que eles paguem aqui? Fiscalizando! A questão central, parece-me, Vereador, V. Exª apresenta o Projeto e nós vamos discutir exaustivamente. A minha proposição é que nós chamemos o nosso Secretário Municipal aqui, na Comissão de Economia, ou já comecemos pela Comissão de Constituição e Justiça, para que o Sr. Cristiano Tatsch possa dialogar conosco, porque eu sinto um certo nervosismo no Secretário de querer resolver a situação. Agora, resolve-se a situação, se nós mudarmos a Fazenda no Município, se mudarmos a Fazenda no Estado, se nós tivermos um funcionalismo de fato organizado e fazendo a fiscalização. Essa que me parece ser a questão essencial, porque eu tenho dúvidas profundas sobre a questão de aumentar de 2% para 5%, porque não sei se nós vamos resolver o problema do leasing.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria cumprimentá-lo pelo seu imenso trabalho que teve em articular com o Governo anterior, para reduzir a alíquota de 5% para 2%, e dizer da minha inconformidade de agora aumentá-la, deslustrando todo esse trabalho que V. Exª ajudou a fazer.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, o tempo é escasso, mas quero dizer a V. Exª que esse é um debate extraordinário e é importante que a gente o produza na Comissão. A Lei é clara, concisa e precisa: aonde há a transação é que deve haver recolhimento. Tanto é assim, que o Supremo já decidiu sobre isso, não temos mais o que discutir, o Poder Público é que está desmazelado em não fazer fiscalização. Essa é a questão nua e crua colocada neste debate.

 

O SR. ADELI SELL: V. Exª pode redigir, neste momento, e se quiser eu redijo um Requerimento para a vinda já na Comissão de Constituição e Justiça - quando entrar em pauta - do nosso Secretário, porque nós queremos discutir essa questão. Parece-me que o problema não é aumentar de 2% para 5%, mas é cobrar os 2% que não são pagos em Porto Alegre, essa é a questão; o problema é de fiscalização. Talvez fosse o caso de nós fazermos um debate aqui, inclusive, com a AIAMU, que é a Associação que representa os agentes de fiscalização. Vamos discutir com a AIAMU, vamos fazer uma comissão, Ver. Melo, Ver. Nedel, Ver. Adeli, todos aqueles que estiverem interessados, vamos fazer essa discussão, sou parceiro, Ver. Melo, para fazer o debate e para cobrar os 2%. Então, eu creio que nós podemos chegar a um denominador comum, porque V. Exª tem aliados para que a gente possa fazer isso. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a Pauta.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, no dia de hoje, usando o tempo de Liderança do PCdoB, cedido pela minha Líder, Verª Manuela, eu queria tratar do tema da Reforma Política, um tema que está vindo à ordem do dia por conta de uma legislação política que vem induzindo inclusive uma enorme corrupção na nossa política.

O PCdoB, Ver. Maurício, é um Partido programático, ideológico, nascido das grandes lutas operárias no início do século passado e que já completou 83 anos de vida, sendo que 61 deles de perseguição e de proibição. O PCdoB entende que é necessária uma reforma política que amplie a democracia, iniba os mecanismos de corrupção e de manipulação das eleições pelo poder econômico.

A atual legislação política e partidária permite a interferência direta dos grandes grupos econômicos por meio de polpudas contribuições nos processos eleitorais, interferências, Ver. Adeli, que prosseguem depois no exercício do poder. A tal política eleitoral incentiva o troca-troca de Partidos, incentiva o voto no indivíduo, não o voto no Partido ou no programa. E a partir das eleições de 2006, se não for feita uma reforma política, por meio de um engendro criado em 1995, no auge do Governo tucano, em que foi criada, imposta, a cláusula de barreira de 5% dos votos, Verª Neuza Canabarro, para que os Partidos tenham funcionamento parlamentar, acesso aos programas de rádio e TV gratuitos e acesso ao Fundo Parlamentar.

Pois bem, é importante dizer que esse engendro, minha Líder, Verª Manuela, foi proposto, anteriormente, pela ditadura militar, no seu ocaso, e só não entrou em vigor, porque a luta do povo derrotou a ditadura. E, naquele momento não eram 5% - o que já era uma violência; eram 3%.

Pois bem, se essa cláusula de barreira, Verª Sofia, existisse em 1982, teriam sido barrados, Verª Neuza, o PDT, o PT e, Ver. Maurício, o PTB também, porque não atingiram os 5%. Aliás, o PTB e o PT não atingiram 4%. Isso teria impossibilitado que o PT, por exemplo, transformasse-se no maior Partido do País, por uma barreira impositiva, antidemocrática que a ditadura tentou colocar, Ver. Sebastião, e que hoje está aprovada no período do “tucanato”.

Se tomarmos as duas últimas eleições federais, em 1998, teriam sido barrados os dois partidos mais antigos do Brasil: o PCdoB e o PSB, e, além destes, o PPS, o PL e o PV. Em 2002 teriam sido barrados o PCdoB, o PPS, o PL, o PV e o PTB - o seu Partido, Ver. Maurício. E eu vi V. Exª defender que a cláusula de barreiras deveria ser mantida.

E se tomarmos a última eleição, que foi a Municipal, não é exatamente igual, o PTB e o PDT escaparam dos 5% por uma fração de décimos; 5,12% o PTB. Fará 5% na próxima eleição, depois dos escândalos, Ver. Maurício? Então me espantou, sinceramente, a sua postura ao defender essa política eleitoral e partidária, que induz à corrupção, que induz ao troca-troca, que induz ao voto individual e não ao voto partidário e que, através da cláusula de barreira, impõe um bloqueio à democracia. E esse partidos, Ver. Sebastião, só há quatro que passaram com folga os 5%: o PT, o PSDB, o PMDB e o PFL. Os outros todos ficaram nos 5%, 5,1%, inclusive PSB que eu também tenho visto defender e que teria sido barrada nas eleições anteriores.

Portanto, a democracia e a defesa do direito de todos os Partidos disputarem não pode ser assim: quando me atingem, sou contra; agora não me atinge mais, que fechem os outros. Então, eu chamo a atenção como um Partido que será atingido pela atual Legislação, que, se não for mudada, que os outros a anulem. Só há quatro garantidos, nem o PP passa muito além dos 5% e já foi o maior Partido. O PSB passou dois décimos, Ver. Garcia, e em todas as eleições anteriores teria sido barrado.

Então, concluo, dizendo, que o PCdoB apóia o Relatório do Deputado Ronaldo Caiado, do PFL, que fez um Relatório contemplando o interesse da democracia e não o interesse dos maiores Partidos que querem esmagar os pequenos e médios Partidos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente, Vereador e companheiro Elói Guimarães, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, faço valer o Tempo de Liderança para tratar de um assunto grave, no meu entendimento, que é a questão dos motoqueiros. Vi na Ordem do Dia um Projeto que trata da regulamentação, proposto pelo Ver. Claudio Sebenelo, e pretendo discorrer sobre esse assunto sem antes retratar aqui a questão da reforma política que, também, como trouxe à tona a discussão, Ver. Raul Carrion, é extremamente apaixonante. Ainda mais quando se deve ter olhos não somente a um ponto, como fez questão de narrar, aqui, a cláusula de barreiras. Mas essa reforma política se dá num conceito, na mudança do sistema político brasileiro. E quero registrar, Ver. Carrion, que é postura minha e do PTB gaúcho manter a cláusula de barreiras em 5%. Não somente este Vereador, que se faz aqui presente, representando os 4,7% que fez o meu Partido nas últimas eleições, porque acredita que através desses mecanismos consolidaremos a representatividade política naqueles que realmente constroem partidos, e não somente naqueles que se valem de partidos, reservadas as compactuações históricas do PSB, do PCdoB, até mesmo do PTB. Mas aqueles que se valem de partidos como instrumento de acomodação de algumas candidaturas, de alguns nomes, partidos que muitas vezes existem em razão de um ser. Essa posição é uma posição do PTB gaúcho, e com certeza, a todo momento, quando chamado à tribuna, eu a referendarei, porque tratamos disso com propriedade através de inúmeras e inúmeras discussões. Agora o que faço questão de ressaltar aqui, é a problemática dos motoqueiros da nossa Cidade, e por que me traz e me chama a atenção esse tema? Porque muitos deles são jovens que não conseguem uma oportunidade de inclusão no emprego, não conseguem ter um instrumento de adequação junto às entidades de ensino, ao ensino secundarista, nem tampouco universitário, e valem-se das motos, dos capacetes, das caixas onde carregam pizzas, documentos, dinheiro, malotes, como instrumento de trabalho. Observei que há um Projeto na Ordem do Dia de hoje que trata justamente dessa regulamentação, e acredito que deva haver, sim, um posicionamento explícito que regule a posição desses motoqueiros, porque muitos deles nunca sequer andaram em motos, tendo por meio desta a sua primeira experiência profissional, onde por parte do empregador é exigida a rapidez, a velocidade da entrega. Eu quero trazer aqui um dado anual dos acidentes no trânsito, que envolvem acidentes em rodovias e nas grandes cidades, que faz jus ao número de 30 mil mortes por ano em acidentes de trânsito.

Só para que nós possamos estabelecer um paralelo: o conflito religioso da Irlanda do Norte, encerrado na última quinta-feira e comemorado pelo mundo inteiro, nos seus 30 anos de violência, de luta armada, teve 3 mil e 600 mortos - apenas 3 mil e 600 mortos. Enquanto isso, no Brasil, anualmente, 30 mil padecem sobre os leitos, vítimas dos grandes carros que circulam, dos caminhões, das frotas inteiras, lastimando assim, vidas e vidas, e famílias, principalmente. Então, essa questão dos motoqueiros me remete a esse assunto: a juventude em cima de uma moto, conseguindo uma oportunidade de emprego. A juventude em cima de moto abusando da velocidade, abusando da ingestão de bebidas alcoólicas. Esses são os temas que a gente precisa regulamentar, e tenho certeza que o serão, porque já pude comparecer à EPTC numa visita cordial ao Presidente Senna, para que haja um regramento claro e específico na fiscalização, mas que deva ser amparado também por leis, pelo Poder Executivo através de fiscalização coerente com aqueles que se valem das motos como instrumento de trabalho.

Esta grande ressalva que faço é justamente por conta do abuso que nós vemos nas ruas da nossa Cidade. E mais do que isso, antes o abuso cometido por esses jovens possa ser coibido a partir de discussões hipotéticas, por vezes desta tribuna, a ser feito nos grandes hospitais, nos enterros ou naquelas famílias que padecem com a morte dos seus entes queridos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Tempo Especial, para prestação de contas de viagem.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16. Estive representando esta Casa na 35º Assembléia Nacional da Assemae, que se realizou em Belo Horizonte, de 23 a 29 de julho, onde foram debatidos importantíssimos temas para a atualidade do Brasil. Especialmente no que se refere aos serviços de saneamento, uma das políticas de que o País carece, e primeira condição básica elementar para garantir a cidadania, os direitos, o bem-estar e a qualidade de vida da nossa gente.

A estrutura da Assembléia se compõe basicamente de duas formas: uma, são os debates de natureza política, de natureza dos projetos, das ações, das grandes questões que envolvem a organização institucional do saneamento no País; e a outra, um debate de natureza técnica, que trata dos temas, das inovações, das criações e do desenvolvimento tecnológico. Chamaram-me bastante atenção - e me dediquei a acompanhar - os debates referentes às questões do desenvolvimento das algas nos mananciais, situação que nós vivenciamos de forma bastante grave, nos últimos dois anos aqui em Porto Alegre, dada a contaminação, dado o desenvolvimento das algas no manancial que abastece a Cidade. Esse é um problema comum a algumas cidades do País, porém não é de todas; aquelas cidades abastecidas por poços artesianos não sofrem deste problema, nem as cidades que têm rios de serras ou de corredeiras onde não há ambiente para a formação das algas.

Outros temas técnicos, como, por exemplo, a individualização de medições em condomínios verticais, ou seja, o grande problema de hoje, de as contas serem pagas de maneira uniforme nos condomínios verticais. Estas contas passarão a ter uma solução a partir da oferta de tecnologias por algumas empresas que possibilitarão viabilizar a individualização das medições mesmo nos apartamentos, e isso vem ao encontro da ansiedade de um número muito grande de famílias e de economias que gostariam de fazer o rateio das contas com justiça.

No plano das ações políticas importantes, está tramitando no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 5296/05 que estabelece as diretrizes para os serviços públicos de saneamento básico e a política nacional de saneamento básico, uma lei produzida, que ora tramita no Congresso Nacional, importantíssima, porque ela é a reunião de toda a inteligência, experiência e dos esforços daqueles que há muitos anos, tecnicamente, sindicalmente, laboralmente, ou nas diversas formas, trabalham e desenvolvem os serviços de saneamento de forma a produzir a melhor síntese e o melhor marco regulatório para sanear o Brasil. Porque não é admissível que nós tenhamos, agora neste século, o retorno de doenças que já haviam sido eliminadas há 20 anos, há 30 anos, e que há algum tempo o País tenha regredido pelos descuidos, pela falta de investimentos e de atenção necessárias. Então nós temos este marco regulatório do saneamento, que é uma questão muito importante presente e que caracteriza as principais questões, como a definição dos serviços de interesse local sempre, serviços de água e esgoto pertencentes aos Municípios; transparência de custos e formação de preços; planos e metas; a proibição da concessão onerosa e o debate sobre a nova lei do programa de consórcios que inova conceitualmente e cria novos estatutos jurídicos para que Estados e Municípios possam potencializar suas energias e possam melhorar as suas ações de forma a produzir as soluções de investimentos tecnológicos e institucionais para atender, da melhor forma, a toda necessidade que se colocar à debelação de todo o atraso existente na área do saneamento.

Então, era isso que eu tinha a relatar. Agradeço a todos os Vereadores, ao Sr. Presidente e à assistência por ter participado desse Congresso que, para mim, foi muito importante e, também, por termos condições de continuar aqui a aprofundar o debate nesta Casa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nesta semana nós falamos a respeito dos ônibus de Porto Alegre que estão transitando à noite com a parte da frente - onde está o motorista - totalmente às escuras, fazendo com que inúmeras pessoas, principalmente as de idade, sofram acidentes. Já recebemos, inclusive, cópias de relatos nas quais constam que as pessoas quebraram a perna. Então, nós solicitamos que a EPTC olhasse isso mais de frente.

Hoje, estamos preocupados, também, com a frota escolar de Porto Alegre. Porto Alegre tem 650 ônibus ou vans que fazem o transporte escolar, estando todas elas - afirmo categoricamente - trafegando, hoje, de forma irregular. O que nós estamos solicitando aqui ao Presidente da EPTC é que resolva o quanto antes a renovação do Alvará de Tráfego. Tenho aqui em mãos um alvará, o qual deixo à disposição de todos. Inclusive, em uma última correspondência, a EPTC dá um atestado datando a sua validade em julho, mas, lá em cima desse documento, diz que a validade teria sido em 30 de abril. Isso é um fato inédito. Quer dizer, a própria EPTC fornece um Alvará de Tráfego datado para o dia 11 de julho, e, em cima, ela coloca que a validade é dia 30 de abril.

(Aparte anti-regimento do Ver. Mario Fraga.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Não, não é erro humano, Vereador! E eu estou falando aqui de forma séria, não é erro humano. E eu reafirmo e desafio V. Exª, como membro da parte do Governo, de vistoriar e me trazer a informação, porque são 650 viaturas escolares. Nós já falamos com a Líder do Governo, Verª Clênia Maranhão, porque nós queremos que esses 650 transportadores tenham a tranqüilidade de trafegar livremente, sem o perigo de a própria EPTC multar. Isso é o que é mais grave: a própria EPTC multar! É algo simples, mas eu volto a dizer: são 650 viaturas em Porto Alegre, de transporte escolar, que estão trafegando de forma irregular.

Vou fazer uma cópia, vou deixar para V. Exª Vereador, porque eu acho que isso vai nos ajudar a solucionar. O que na realidade este Vereador quer é uma solução para o problema. Coincidiu que, nesta semana, casualmente, eu trouxesse dois fatos relativos à questão da EPTC.

Também solicito que os Vereadores que não andam de ônibus andem pela nossa Cidade à noite e verifiquem o que eu estou dizendo, que todos os ônibus que estão transitando em Porto Alegre, no período da noite, estão com a parte frontal, onde o motorista dirige, às escuras, e as pessoas todas entram pela frente. E os idosos, nós sabemos, têm dificuldade de visualização.

O que nós queremos é solução para os casos, que são casos simples, que só precisam de uma palavra: atitude. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras; hoje pela manhã, estivemos no bairro Guarujá, no Santuário de Santa Rita de Cássia, a Santa das causas impossíveis. Lá estivemos, e eu fui pedir um milagre muito importante: que o Grêmio volte à primeira divisão. O meu time está sofrendo muito.

Estivemos lá, juntamente com o Prefeito Municipal, com a Diretoria do DEP, com os Vers. Sebastião Mello e Clênia Maranhão, para vermos a realização in loco de uma solicitação que há mais de cinco anos a comunidade clamava por uma solução simples, uma solução óbvia, que é a cobertura de parte do arroio Guarujá defronte o Santuário Santa Rita.

O Ver. Alceu Brasinha e eu estivemos na última procissão de Santa Rita. O Ver. Alceu Brasinha cedeu o alto-falante do seu caminhão para dirigir a nossa procissão de Santa Rita. Eu agora renovo os meus agradecimentos ao Ver. Alceu Brasinha.

Há cinco anos a comunidade pedia aquela solução aparentemente simples, a cobertura de, aproximadamente, 30 metros do arroio Guarujá com laje pré-moldada. Essa abertura impedia que a procissão se aproximasse do Santuário, trancava o Santuário. Pois o Prefeito Fogaça e o Diretor Ernesto Teixeira atenderam aos apelos da nossa comunidade, e hoje a comunidade presenciou o início e a conclusão da obra. A obra foi realizada aproximadamente em duas ou três horas, rapidamente, à vista de vários líderes comunitários que lá se reuniram. E a comunidade e os devotos de Santa Rita agradecem ao Prefeito José Fogaça pelo atendimento dessa demanda de mais de cinco anos.

Uma outra demanda que a comunidade solicita é a separação do esgoto cloacal da rede pluvial. Tristemente existe lá na comunidade o esgoto misto que inclusive é derramado no próprio arroio Guarujá não deixando um odor agradável à população. Então foi um dos pedidos que a comunidade fez ao Prefeito Fogaça, além da ampliação de vagas para as creches. A comunidade do Túnel Verde lá também esteve reivindicando. A comunidade da Serraria também se fez presente.

Vi com grande alegria que a paróquia tem sido uma espécie de líder social, líder da comunidade, e pôde encaminhar ao Sr. Prefeito várias reivindicações dessa comunidade.

O Prefeito também fez uma oração à Santa Rita, pedindo proteção para o seu mandato, para o seu Governo, que ela interceda junto a Deus para abençoar o seu mandato, porque a população muito espera do Governo Fogaça para resolver todas essas situações em que o Município se encontra.

Nós vimos um outro problema - e rapidamente encerro, Sr. Presidente - na Av. Juca Batista. A rótula da Av. da Serraria, apenas de um dos lados, não está perfeitamente, vamos dizer, demonstrada; há um perigo de acidente forte se a rótula não for mais eficientemente demarcada. O meu gabinete irá solicitar a correção desse pequeno detalhe. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, minhas colegas Vereadoras e meus colegas Vereadores, eu assisti ontem, atentamente, como acho que a maioria dos brasileiros assistiram, ao depoimento do ex-Ministro-Chefe da Casa Civil, Deputado José Dirceu. O meu juízo de valor sobre a matéria não se alterou. Primeiro é importante dizer que estamos vivendo um momento muito delicado neste País, a República apodreceu, Ver. Carrion, ao longo da sua história. Não vou ser hipócrita e dizer que há corrupção só neste Governo; não é verdade. A corrupção é sistêmica neste País, desde o Império, a Velha República, a Nova República e também desde o Governo do Fernando Henrique. Agora, talvez tenha-se aperfeiçoado, Ver. Bernardino, alargado o processo de corrupção.

Eu milito na política há 27 anos, estou Vereador há quatro anos e meio, mas acompanho a vida política deste País. Eu já havia ouvido que Deputado tinha liberado uma emenda para poder fazer o encaminhamento de votação; que havia, ao longo da história, cargos, Vereador-Presidente, sendo negociados politicamente nos governos das mais diversas cores partidárias. Mas eu nunca tinha visto, na história deste País, alguém alugar Deputado, isso eu não tinha visto. Aluguel de Deputado é uma figura jurídica nova neste País. E aí eu quero dizer aqui, alto e bom som, Verª Sofia, que eu acho que a presunção da inocência é um processo esculpido numa Lei Maior que este País votou e que o Estado de Direito consagrou.

Então eu não vou atirar em ninguém, acho que todos devem ter o devido processo legal, e, portanto, vão responder em suas instâncias; há investigações da Controladoria da União, no Ministério Público e nas CPIs.

O meu juízo de valor sobre essa matéria é que o Presidente tem responsabilidade política, e é disso que eu quero falar. Eu não estou dizendo que o Presidente seja um homem desonesto, não; mas como é que a ante-sala do Governo, as proeminências do Governo, o “primeiro-ministro” do Governo, que agia em seu nome, e o Presidente da República não sabia de nada disso que passava no País?

Eu, com toda sinceridade, Verª Mônica, não estou entre os brasileiros que pensam assim. Acho que o Presidente sabia dessas coisas da maneira como elas aconteciam, talvez não nos seus detalhes, Vereador-Presidente, mas ele tem uma responsabilidade política. E acho que ontem - não sei se é verídica ou não a informação -, quando o Sr. Roberto Jefferson disse que se utilizou do instrumento de uma audiência pública com a Portugal Telecom e que mandaram emissários, portanto, para buscar dinheiro para pagar as contas dos Partidos políticos, vamos ver se isso se comprova ou não... Eu não acompanhei os fatos políticos de hoje, nem o depoimento da senhora que está respondendo na CPI, que era uma das Secretárias do Sr. Marco Valério. Alguém me disse aqui neste plenário, que estão dizendo que o dinheiro vinha das Ilhas Cayman. Não sei se isso procede ou não, portanto, dizem que ela falou isso no seu depoimento. A verdade é que, doa a quem doer, eu disse para alguns Deputados do meu Partido, numa reunião partidária, aquilo que eu vou dizer aqui e agora: ou os senhores façam uma faxina na Câmara de Deputados, ou o povo vai caçar todos vocês, porque a população que está lá na ponta, a população que não tem dinheiro para comprar um litro de leite, que tem que andar de bicicleta ou a pé para ir procurar um emprego, essa população que paga uma carga tributária enorme neste País não vai aceitar, de jeito nenhum, que aconteça tudo e ninguém seja punido. Mas aqui vou dizer, alto e bom som, Ver. Garcia, não basta punir os corruptos. Essa história de punir apenas os corruptos é uma história mal contada, porque se têm corruptos, alguém deu dinheiro para alguém e esses devem estar tomando os seus uísques, tranqüilos, porque me parece que esses estão isentos de qualquer coisa. Então, é preciso punir os corruptos, mas punir os corruptores também!

E quero finalizar, dizendo o seguinte: o caminho da roça não é desqualificar a política e dizer que nós somos todos iguais, dizer que todos os políticos são iguais. Não é verdade, isso não é bom para a democracia. Nós precisamos qualificar as nossas instituições, depurar, fazer um Brasil de uma democracia mais radicalizada, que haja mais controle, que haja uma reforma institucional com profundidade, não com remendos. Volto a afirmar, o Sr. Presidente da República é um homem de bem, tem responsabilidade política e vai pagar por isso, porque não é possível que tudo isso tenha acontecido sem que o Presidente soubesse absolutamente de nada. Nisso eu não acredito, e acho que a maioria do povo começa a ver que essa versão que tentam colocar e balizar todo dia, de que o Presidente está isento disso, não procede, não é verdade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente, assistência do Canal 16, nos preocupa um pouco algumas notícias que nós vemos no jornal, relativas ao programa que foi retomado, denominado Programa Pró-Guaíba. O Programa Pró-Guaíba, módulo 1, investiu 220 milhões de dólares do Governo Estadual em consórcio com os Municípios, em ações de saneamento e de recuperação dos nossos balneários. E vejo uma ação do Governador prometendo retomar o módulo 2, num valor de 570 milhões de dólares.

A preocupação existe porque, a exemplo de outras coisas, nós sabemos da dificuldade que é a contratação, e não tem nada previsto, não tem nenhum organismo financeiro, não tem nenhum banco internacional, nenhum organismo multilateral que esteja colocado na perspectiva de financiar um projeto desse volume, desse tipo. É, sim, um projeto necessário e importante, mas, ao mesmo tempo, nós vemos o reconhecimento, por parte do Governador, de que o Estado não tem dinheiro para contratar esse Projeto. E aí nós vemos também a parceria do Prefeito de nossa Cidade dizendo que vai fazer parte do Projeto, que não tem dinheiro, que não tem perspectiva, mas é anunciado como perspectiva da grande salvação do suprimento dos déficits de saneamento e como, por exemplo, a inclusão do Projeto Socioambiental. Eu não consegui entender, confesso que não consegui entender, porque, há pouco tempo, nós vimos também, no Plurianual, o anúncio de um volume gigantesco de investimentos, que agora já estão reduzidos em 633 milhões de reais só no Município de Porto Alegre.

E me parece que se especula em torno da perspectiva da Parceria Público-Privada, de onde surgiriam os recursos para os investimentos colocados na perspectiva do novo módulo do Pró-Guaíba, ou Pró-Guaíba 2. Isso me preocupa muito, porque em todos os estudos, em todos os levantamentos, em todos os desenvolvimentos que nós fizemos, quando a PPP tem utilidade para algumas coisas, para outras ela é extremamente danosa e ineficaz. E entre as coisas para as quais ela é danosa e ineficaz estão os serviços de água e saneamento. E por isso me preocupa que essas notícias, essas matérias, passem a ser mais matérias e notícias de coisas que não têm a mínima perspectiva de acontecer, ou que venham a acontecer dentro de uma perspectiva contrária, danosa e onerosa à sociedade e ao bolso dos contribuintes. É bom dizer que dentro das tarifas que hoje estão estipuladas, de água e saneamento, há recurso suficiente para que o poder público possa fazer, em Porto Alegre, os investimentos necessários, independentemente de ter fonte de financiamento, quer seja do BID, do BIRD, da Caixa Econômica, ou do BNDES. Há todos os recursos para se poder implantar os sistemas de saneamento, o tratamento dos esgotos, como a recuperação dos mananciais.

Então, essa notícia está nos jornais de hoje. É preocupante, sim, porque a gente sabe da precária situação financeira do Estado, reconhecida pelo próprio Governador, quando diz que não tem nenhuma condição de contratar um novo financiamento e que anuncia, então, essas formas e alternativas em que a preocupação maior reside na verificação de que isso não tem praticamente nenhuma viabilidade, a não ser produzir negócios na modalidade da Parceria Público-Privada, e sabemos que na área do saneamento não é a opção melhor, não é a opção adequada, porque ela vem a onerar, como disse antes, o bolso do contribuinte.

Por isso quero fazer esse registro, aqui, em nome da minha Bancada, para que não se venha daqui a mais um tempo desdizer aquilo que está-se dizendo e que as notícias de jornais e as matérias passem em brancas nuvens. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, inicialmente eu queria tranqüilizar o Ver. Todeschini, dizendo que o Projeto PPP já se encontra nesta Casa, já está tramitando, e é um Projeto similar ao projeto do Governo Federal, com dois aprimoramentos básicos; primeiro: diferentemente da proposta do Governo Lula, ele não inclui a questão das águas, e, segundo, os Municípios em geral não estão colocando legislações específicas para discutir as Parcerias Público-Privadas nos Municípios; eles nada mais fazem do que copiar a legislação federal. O nosso Governo manda esse Projeto exatamente para ampliar o processo de debate político pelo profundo respeito que tem pelos Parlamentos, e, especificamente pelo Parlamento da nossa Cidade.

Quanto à matéria que V. Exª comentou, eu não a conheço, até porque V. Exª não citou a fonte, mas nós não podemos analisar os projetos via versão da mídia, mas analisar e votar os projetos que efetivamente estão tramitando neste Parlamento.

Eu queria, nos últimos minutos que ainda me restam, retomar aqui esse debate sobre a questão política brasileira que tem, na verdade, há quase dois meses, paralisado o Congresso Nacional. Mas não poderia ser diferente, tendo em vista a gravidade das notícias, na medida em que há uma avaliação de que desde a Velha República não se vivenciava neste País a visualização de uma rede de corrupção tão ampla do ponto de vista do território brasileiro e que expressasse uma articulação de corruptores e corruptos envolvendo o Governo Federal e parcela expressiva do Congresso brasileiro. Eu acho que não há mais dúvida, pelos dados que se tem até agora, do envolvimento de inúmeras pessoas, que inclusive têm-se pronunciado nas diversas CPIs do Congresso brasileiro: ex-Ministros, ex-dirigentes partidários, ex-Parlamentares, Parlamentares, empresários, etc. Porém, eu acho que nós temos de avançar nessa discussão no sentido de procurar diagnosticar a causa dessa situação que, na verdade, danifica a imagem brasileira não apenas dentro do País.

Tem-se escutado muito que a corrupção neste País, infelizmente, é um problema estrutural que existe desde as capitanias hereditárias. Evidentemente isso é uma realidade. Tem um caráter estrutural na organização política, na organização institucional deste País que permite o crescimento dos atos de corrupção. É preciso enfrentá-los neste momento de crise ética, política e institucional brasileira. Porém, há alguns fatores que agravaram, no Governo do Lula, a corrupção, que não são fatores estruturais; são fatores ideológicos, são fatores conjunturais. Em todas as experiências de governo no mundo, quando seus governantes têm um caráter messiânico nas suas ações, ou quando eles se intitulam os únicos portadores do patrimônio ético, eles começam a tratar os seus aliados, não como aliados, mas como possíveis indivíduos aptos à adesão. Esta idéia da prepotência política e do isolamento leva evidentemente a ações que são justificadas em cima das decisões ideológicas. Tudo é justificado para a construção de uma sociedade que, na minha cabeça, é mais aprimorada do que a sociedade em que vivemos hoje. É esse tipo de raciocínio, que não deixa de ser também um raciocínio autoritário, que permite que tudo seja feito em nome dessa causa e em nome da pseudo-sociedade ou da sociedade do futuro.

Portanto, para concluir, Sr. Presidente, eu acho que, neste momento, em que a sociedade brasileira continua perplexa diante da onda interminável de denúncias de corrupção nos Partidos, e inclusive hoje, segundo a imprensa, já chegando ao Estado do Rio Grande do Sul, é muito importante que avancemos além das denúncias e procuremos compreender as causas que viabilizaram o crescimento dessa onda de corrupção para que, em cima de uma análise política desse tipo de comportamento, possamos reavaliá-las e procurar construir com a sociedade brasileira novos parâmetros de representação política, de construção ética para que possamos encerrar esse capítulo - que espero seja pelas vias democráticas, pelas vias institucionais, pela manutenção do Congresso -, possamos, enfim, reconstituir um novo modelo em cima de uma visão realmente democrática baseada na pluralidade, na diversidade e na construção de Governos em que todos os parceiros sejam parceiros, e não vistos como futuros membros cooptáveis de um Governo.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão encerrados trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h21min.)

 

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